a boca está rente à superficie do mar
onde adormecem de som os planetas
as ondas vagas de ontem desfeita espuma
árvores templos breves se levantam
onde o coração onde acordará
descem dos altares os deuses prometidos
esses que trazem o céu da pele à alma
e as estrelas primeiras embarcações do céu
mergulham de essência a madrugada
não me conheço mais enquanto não morrer
pedra mais profundamente o que o ser souber
o que me adormece aí é fonte
o lugar térreo da longa hesitação
Pedro Sena-Lino
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