Ânsia de amar! Oh ânsia de viver!
um’hora só que seja, mas vivida
e satisfeita… e pode-se morrer,
– porque se morre abençoando a vida!
Mas ess’hora suprema em que se vive
quanto possa sonhar-se de ventura,
oh vida mentirosa, oh vida impura,
esperei-a, esperei-a, e nunca a tive!
E quantos como eu a desejaram!
e quantos como eu nunca a tiveram
uma hora de amor como a sonharam!
Em quantos olhos tristes tenho eu lido
o desespero dos que não viveram
esse sonho de amor incompreendido!
Manuel Laranjeira
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