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há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

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segunda-feira, 21 de março de 2016



Ícaro, o vôo ainda existe
pois te vejo em sonho qual bicho alado.
Teu rosto que beija, que morre é triste
mesmo se só ou acompanhado.
Não sei por que esta visita;
esses olhos, mãos sangrentas, o lábio amado
são nuvens de pedra em coração que palpita
mesmo se só ou acompanhado.
Se vejo-te em vida, em morte, ao acaso,
és e vens a ser o amor esperado.
Último romântico, te deixo em descaso.
Com meu adeus vais acompanhado.


Adrianne Fontoura
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terça-feira, 8 de abril de 2014

O som, o sono, o sonho, o ser
e tudo mais que te pertence,
não sei quanto, até onde,
ou quando mais do que eu pense,
prenda e atribua ao que se esconde
valor maior do que o aparente, revelado,
o que me fala, o que me conta;
o que me sara, me fere enamorado
de toda sensação que desponta.


O copo, o vinho; o corpo sozinho
e todo o resto não visto,
sem nome, noite, beijo, carinho
e o saber da busca por quem insisto,
tanto quero, estranho, afago e espero.
A voz que vejo, passos que visto,
me despindo da pele, me desespero.
Em carne viva, na boca salgada
o pranto rola; rimel, maquiagem,
nanquim, água que tudo desbota da amada
que te esboça com tinta, palavra, (sem) imagem.

Adrianne Fontoura
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014



Não tenho apegos e do antigo me desfaço.
Pensar ou dizer não promove existência.
Só há valor no que sinto e neste meu passo,
no sangue que arde e anima a matéria que transita
ora terrena, ora livre, no espaço.
Com os braços abertos espero novos ventos.
Nada temo, pois eu mesma sou tempestade,
força mutante que impera por todos os tempos.






Adrianne Fontoura
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