Quantas vezes perguntei por ti na enseada
E apenas ouvi o eco do retorno vazio solto
Quantas vezes o mar me sentiu abandonado
E apenas sussurrou...na próxima maré ...talvez.
O tempo da leitura desejo seca na ânsia do azul
E o fundo marítimo mostra-se agora rasgado
Na partida das águas outrora mundos navegáveis
Ficam as paredes do templo queimado sem mimos.
Ouço agora o ruído do vento de lá...sabores raros
Envolventes de fantasias que mirram e golpeiam
E o teu pacto cala-se e apeia-se no cais do momento.
Vejo agora partirem as cores das flores silvestres
Desnudas de um jardim que reclama senso e paz
Ficam as pedras ...ontem casulos de seda e brilhos.
José Luís Outono
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