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há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

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domingo, 11 de outubro de 2015


Cidade branca
semeada
de pedras

Cidade azul
semeada
de céu

Cidade negra
como um beco

Cidade desabitada
como um armazém

Cidade lilás
semeada
de jacarandás

Cidade dourada
semeada
de igrejas

Cidade prateada
semeada
de Tejo

Cidade que se degrada
cidade que acaba

Adília Lopes
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sábado, 26 de setembro de 2015


Mesmo
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito

Adília Lopes
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terça-feira, 4 de agosto de 2015


Preciso que
me reconheçam
que me digam Olá
e Bom dia
mais que de espelhos
preciso dos outros
para saber
que eu sou eu

Adília Lopes
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domingo, 5 de julho de 2015


Preciso que
me reconheçam
que me digam Olá
e Bom dia
mais que de espelhos
preciso dos outros
para saber
que eu sou eu

Adília Lopes
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terça-feira, 26 de maio de 2015


Preciso que
me reconheçam
que me digam Olá
e Bom dia
mais que de espelhos
preciso dos outros
para saber
que eu sou eu


Adília Lopes
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quarta-feira, 13 de maio de 2015


Cidade branca
semeada
de pedras

Cidade azul
semeada
de céu

Cidade negra
como um beco

Cidade desabitada
como um armazém

Cidade lilás
semeada
de jacarandás

Cidade dourada
semeada
de igrejas

Cidade prateada
semeada
de Tejo

Cidade que se degrada
cidade que acaba


Adília Lopes
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domingo, 19 de abril de 2015


Quando partires
se partires
terei saudades
e quando ficares
se ficares
terei saudades

Terei
sempre saudades
e gosto assim

Adília Lopes
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domingo, 17 de agosto de 2014


Se não fecho
algumas portas
há correntes de ar
a mais

Se fecho
todas as portas
não posso sair
mais

Se não abro
algumas portas
não fecho
algumas portas

Se abro
todas as portas
desintegro-me

II

Atrás da porta
para sempre fechada
está o nada

Houve um momento
em que deixei de gostar
da minha mãe

Houve um momento
em que deixei de gostar
do meu pai

Houve um momento
em que deixei de gostar
de mim

Houve um momento
em que deixei de gostar
de ti

Houve um momento
em que parti

Houve um momento
em que voltei

Houve um momento
em que voltei a gostar
a gostar de todos

E todos estão
aqui

Mortos
e ausentes

Adília Lopes
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sexta-feira, 11 de julho de 2014




para a Amra Alirejsovic
(quem não viu Sevilha não viu maravilha)

É preciso desentropiar
a casa
todos os dias
para adiar o Kaos
a poetisa é a mulher-a-dias
arruma o poema
como arruma a casa
que o terramoto ameaça
a entropia de cada dia
nos dai hoje
o pó e o amor
como o poema
são feitos
no dia a dia
o pão come-se
ou deita-se fora
embrulhado
(uma pomba
pode visitar o lixo)
o poema desentropia
o pó deposita-se no poema
o poema cantava o amor
graças ao amor
e ao poema
o puzzle que eu era
resolveu-se
mas é preciso agradecer o pó
o pó que torna o livro
ilegível como o tigre
o amor não se gasta
os livros sim
a mesa cai
à passagem do cão
e o puzzle fica por fazer
no chão
Adília Lopes
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