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há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

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segunda-feira, 2 de maio de 2016



se pudesse ainda colher de teu ventre a fragrância rubra das acácias
teria ainda benevolência para digerir o compêndio das frases
douradas
que cativam a orla do tempo
se pudesse ainda sentir em deitada areia brisa em cada instante de
amor
convocaria o surrealismo de meu âmago e deixar-me-ia
sequestrado
quiçá entorpecido na silhueta de teus lábios quão belos são meus
depositando flores e suores em teu prado por ti por mim por nós
e por vós
para que nossos dias forjassem um novo edifício no sémen da
Pátria

Nok Nogueira
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quinta-feira, 4 de junho de 2015


Se me vierem saudar à porta deixá-la-ei entreaberta
para que o vento a feche as mãos são por de mais
puras para que se fechem diante dos homens
não entendo como fora difícil decifrar que o tempo
é um extracto do que se considera como sendo um
preciso compor de velhos instantes
alguém me seguirá caso a porta se mantenha
entreaberta entre o corredor e o acesso dos degraus
das escadas cuja cor se confunde com o castanho
e o vermelho do barro e a secular pintura dos homens
inscritas em velhos jornais
se crescem plantas entre as avenidas é porque alguém
as jogou primeiro como vivas sementes em terreno
nacional e em praça municipal
se colho de tarde restos de brilhos do sol onde nasce
a lua continua o arquivar da luz para que as noites
nunca se esgotem em nós para que as palavras nunca
se nos pereçam e para que sejamos nós mesmos diante
de um acordeão em bailes de rebita
se me vierem saudar à porta deixá-la-ei entreaberta
para que o vento a feche pois as mãos são por demais
puras para que se fechem diante dos homens

Nok Nogueira
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