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há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014


Quando minha franja
                apenas cobria minha fronte
Eu brincava com flores
                colhidas na frente da porta;
Com seu cavalo de bambu, você vinha
                e nos divertíamos
                em volta do poço
                e no pomar,
                onde as ameixas amadureciam.
Assim, juntos, em Chang´an
                nós crescemos:
                Duas crianças que não conheciam a desconfiança e a raiva.
                A partir dos 14 anos
eu me tornei sua mulher,
                Tímida, tão tímida,
nem mesmo ousava sorrir.
                Os olhos sempre baixos,
voltados para os cantos escuros,
                Mil vezes você me chamava,
Mas eu nunca respondia.
                Aos 15 deixei de franzir
as sobrancelhas.
                Eu e você queríamos
nos transformar em um,
                como cinza e poeira.
                Eu acreditava em você como alguém
que espera sua namorada
                debaixo da ponte,
                apesar das águas agitadas.
                Por que eu teria pensado
na colina onde as mulheres aguardam
                o retorno dos esposos?
                Quando fiz 16 anos,
Você partiu para longe,
                para a garganta do rio Qutang
onde se ergue o Monte Yanyu.
                É maio, por favor, cuide-se
no caminho, entre rochas
                Os gritos desesperadores dos macacos
Sobem ao céu.
                Diante de casa,
marcas antigas de seus passos,
                todas elas cobertas
                de espesso limo.
                eu não consigo
varrê-las
                As folhas também
tocadas pelo vento fora de época
                No oitavo mês,
as borboletas amarelam
                Duas a duas,
voam na grama
                do jardim do oeste.
                Tudo isso entristece meu coração
ao ver a primavera
                partir tão cedo.
                Cedo ou tarde, quando você
de regresso
                deixar a região de Sanpa,
                envia antes, eu peço,
uma carta,
                Eu irei ao teu encontro,
sem ter medo da distância,
                pela estrada longínquua
até o porto
                das Areias do Longo Vento.


Li Bai
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segunda-feira, 6 de outubro de 2014


O cavalo
          empertigado
          anda sobre as flores
          caídas.
Meu relho no ar
          roça as nuvens
Bela, a menina
          que abre a cortina de pérolas
e com um sorriso,
           aponta, ao longe,
a casa vermelha:
           é lá que eu moro. 

Li Bai
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segunda-feira, 15 de setembro de 2014


Passo a noite
         No Templo da Montanha.
Se estender a mão,
         Toco as estrelas.
Nem ouso falar,
         Para não acordar
os que moram no céu.

Li Bai
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