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há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

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sábado, 4 de julho de 2015


Confiei em mim desde o primeiro momento.
Custa muito pouco ser dono do vento.
E à besta não lhe é mais custosa
a vida, até que a lançam à fossa.
Nasci, amei, fui longe, fiz o resto.
Com medo, às vezes, mantive-me no posto.
Paguei sempre as dívidas contraídas
e agradeci, com as mãos estendidas.
Se fingida mulher aqui e além me quis,
amei-a, para que pudesse ser feliz.
Fiz cordas, varri, dei-me ao vinho
e entre os espertos fingi-me cretino.
Vendi brinquedos, pão e poesia,
jornais e livros: o que se vendia.
Não morrerei enforcado em fácil trama
ou em grande batalha, mas na cama.
Vivi (já está aí o saldo final):
Muitos outros morreram deste mal.


József Attila
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domingo, 7 de setembro de 2014


Espero-te sempre. A relva está orvalhada,
esperam também as grandes árvores de orgulhosas copas.
Rígido estou e tremo também às vezes,
sozinho como a noite em calafrios.
O prado, se viesses, tornava-se corredor liso
e silêncio seria. Um grande silêncio.
Mas música ouviríamos, misteriosa,
cantariam nos lábios nossos corações
e lentos, corados, nos fundiríamos
em altar cheiroso ardendo
para o infinito.

József Attila
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