________



há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Mostrar mensagens com a etiqueta Luis Edmundo Alves. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Luis Edmundo Alves. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 10 de julho de 2015


um poeta se faz quando perde a fé.
um poeta se faz quando perde a paz, ou quando perde o sentido e encontra contradição. um poeta se faz quando perde a amada e encontra o luto ou quando perde o passo e encontra a dança.
um poeta se quando perde o medo de perder, ou quando nunca pondera e deixa as asas crescerem para dentro
um poeta se faz quando perde a fé o sentido o ponto o passo a paz.
um poeta se faz e se desfaz por um desejo de linguagem no limite da língua.
no limite da língua o poeta encontra o poema e se faz.
o poema é a identidade essencial do poeta

Luís Edmundo Alves
________________________________________________________________________________________________________________________________

quarta-feira, 10 de junho de 2015


minh'alma desvirtuada.
meu coração baratinado.
entretanto estou feliz
mesmo submerso
subversivo
subvertido: feliz
apenas de imaginar a volúpia
que vai se estabelecer quando a
noite vier:
néon no ar
bocas em bocas
cabeças em rotas astrais
carros em postes
adolescentes em cana
nesse turbilhão
meu coração - baratinado
é uma guitarra tecendo acordes
pra uma canção escandalosa

Luis Edmundo Alves
________________________________________________________________________________________________________________________________

domingo, 30 de novembro de 2014


minha saudade vive suspensa,
orbita pelo céu dos afetos
apagou apego, medo, solidão.
tem motivos pra ser só saudade e
é saudade até na extremidade.
saudade do s ao e,
e esclarece-se quando
comigo não se aprece,
quando me esquece.


Luis Edmundo Alves
________________________________________________________________________________________________________________________________

domingo, 23 de novembro de 2014


não é sempre que consigo
ser eu mesmo, ás vezes
sou outro, irreconhecível
zonzo de existir assim
outro
não o mesmíssimo
apesar da face
das mãos e olhos
do hálito da boca
apesar de tudo

outro
outro dentro de mim
um guerreiro angustiado
sem armas adequadas
de mãos atadas
herói capturado


Luis Edmundo Alves
________________________________________________________________________________________________________________________________