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há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Ao longe, rompe um temporal.
Rola para o nosso quarto.
Olhas para a luz de modo a apanhar-te um lado
Da cara, da boca apertada, do olhar sobressaltado.
Viras-te para mim e quando chamo tu vens
Cá e ajoelhas-te ao meu lado, para eu tomar
A tua cabeça entre as mãos como se fora tal
Uma taça delicada que a tormenta pudesse quebrar.
Queres que me ponha entre ti e o trovão brutal.
Ao pousar na tua carne estas mãos grandes tremem,
Latejam em ti e depois, inseguramente, cingem.
O temporal invade-me enquanto a tua boca abre.

Ian Hamilton
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Estás outra vez a recolher folhas mortas
Mas não olhes para cima.
As árvores não são as tuas árvores agora
E seja como for, as aves brancas da tempestade não cantam canção nenhuma.
Dentro de casa
Ele está de novo a brincar às genealogias,
A maldição do costume:
A dele, a tua, a deles, a de todos. E a dela.





Ian Hamilton
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