________



há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Mostrar mensagens com a etiqueta Johannes Bobrowski. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Johannes Bobrowski. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 19 de junho de 2017



Afundadas
as bordas. Sob as nuvens
o grou. Branco, iluminando
milênios
de povos pastores. Com o vento

eu ia subindo a montanha.
Aqui viverei. Caçador
eu era, mas me agarrou
a grama.

Ensina-me a falar, grama,
ensina-me a ficar morto e a escutar,
longamente, e a falar, pedra,
ensina-me a ficar, água,
e vento, não me interrogues.

Johannes Bobrowski
________________________________________________________________________________________________________________________________


sábado, 26 de março de 2016



Enfim temos
as duas mãos cheias de luz –
as estrofes da noite, as agitadas
águas batem de novo nas orlas
da margem, no sono cru,
sem olhos, dos animais do canavial
depois do abraço – então
voltamo-nos para a encosta
lá fora, contra o céu
branco que desce
frio sobre o
monte, a cascata de brilhos,
e cristaliza, gelo,
como cálculo de estrelas.

Na tua fronte
quero viver o pequeno
tempo, esquecido, deixar
passar silencioso
o meu sangue pelo teu coração.


Johannes Bobrowski
________________________________________________________________________________________________________________________________