Não renegue,
Não renegue, coisa vinda de coisa,
Não renegue nessa vaidade nova
O velho pó original.
De que cova, de que passado de carne e osso
Sonhando, sonhando jazo
Debaixo da maldição auspiciosa,
Enfeitiçada, viva, esquecendo minha matéria-prima…
A morte não me permite um instante para lembrar
Temendo que, tal pedra de estátua transmutada demais,
Grão por grão eu recorde o pó original
E, olhando para baixo num degrau da memória, repita:
Eu nunca fui isso.
Laura Riding
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