________



há o perigo de um grito lindíssimo

quando andas assim comigo no invisível




Mário Cesariny

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Mostrar mensagens com a etiqueta Wole Soyinka. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Wole Soyinka. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 31 de maio de 2016



No ocultes las cicatrices
en la rápida destilería de la sangre
he olido
efluvios de narcóticos conocidos
no ocultes las cicatrices

El tubérculo de nuestra carne común
pisoteado hasta lo hondo de la tierra combate
la muerte, recién cinchado arremete contra el sol
mas temiendo que resulte ser una concha hueca
o que los pies de las vidas recién nacidas
se hundan en el vacío de la falsedad
no hinches la piel ajada de la tierra
para glasear las grietas del tambor

No te cubras de costras
ni hagas del dolor el lamento
de un farsante con mala lengua
su rostro una máscara de velos pintada
el aliento reseco por su propia bilis
un corazón de retazos y una sonrisa de calavera
para burlar los rigores del
exorcismo.

Grietas en la pintura. Legad
los solos latidos del duramen
a los seguidores del velatorio
recién nacidos.


Wole Soyinka
________________________________________________________________________________________________________________________________


quinta-feira, 1 de outubro de 2015


Mesmo chegado ao fim da viagem,
jamais senti que tinha chegado.
Peguei a estrada
lentamente a subir a encosta das perguntas, e que me leva
inclusive a descer à terra que conduz a casa. Sei
que a minha carne está claramente mordiscada, perdida
para o perturbado peixe entre as vagas sussurrantes –
deixei-os para trás em minha rota
E assim também com o pão e o vinho
necessito a partilha da derrota e da carestia
deixei-os para trás em minha rota
jamais senti que tinha chegado.
Embora amor e boas vindas me acolham em casa
os usurpadores gastam o meu copo em cada
banquete como se fosse a última ceia.

Wole Soyinka
________________________________________________________________________________________________________________________________

sábado, 20 de junho de 2015


A minha pele está puída em demasia
De mim restam apenas as raízes capilares, os filtros fibrosos
Do nervo do tabaco puro
A tua rede está urdida com cordas de sitar
Para conter as mágoas dos deuses: muito deambulei
Em abóbadas de lágrimas da sublime
Rainha dos tormentos noturnos, tu tensas
suturas de música para suportar a imposição dos ritos
De vivos e mortos. Tu
Arrancas prantos estranhos da trovoada
Peneiras pedras raras das cinzas lunares, e elevas
Recados nocturnos para o trono da angústia
Ai, há pétalas de mais machucadas
Para perfume, pesa de mais o passo do ar na asa da mariposa
Para uma xícara de pó de arco-íris
Dor de mais, ai, parteira no grito
Da ruptura, dedilha no cordão cósmico, imensas de mais
As dores pascais para um triz do eterno
Livrar-me-ia da tua tirania, livrar-me-ia
De súbitos mergulhos da carne no terremoto
Além de todo o abatimento de juízo
Livrar-me-ia de passeios precipitados
Em resmas de rochas e veias vulcânicas, puxado por corcéis escuros
sobre melódicas rédeas cinzentas.

Wole Soyinka
________________________________________________________________________________________________________________________________